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30.6.03

Molotov: Dance and Dense Denso

Ah, finalmente mais um CD do Molotov ! Demorou mas saiu o sucessor do ótimo Apocalypshit, e esse não deixou a peteca cair.

O som deles é muito peculiar. Eles cantam em espanhol (são mexicanos) porém misturam várias frases com o inglês, como :


Here we kum and we don´t care mucho.
If you know what they wanna,
they just want your tepalcuana mana.
Here we kum and we don´t care nacha.
Let´s make baro baro hacer baro baro baro hacer.


Aliado à isso, eles abusam da criatividade e senso de humor nas 11 faixas (achei o CD um pouco curto, apenas 38 minutos, sacanagem). Destaque para "Here we Kum", "Frijolero" e a balada "Hit Me", citada como a continuação da clássica "Gimme tha Power" de seu primeiro CD, "¿Dónde Jugarán Las Niñas?. Muito bom, mas nada além do que eles já fizeram.

Hulk

Não gostei.

Leio quadrinhos desde adolescente, sempre gostei do Hulk (principalmente a fase "Hulk Esmaga") e fui empolgado ver o filme, mesmo tendo ouvido tantas críticas negativas. Achei que minha relação estreita com os quadrinhos iria me fazer gostar, mas nem assim.

O fiasco sem dúvida foi a escolha de Ang Lee como diretor. Ele quis transformar a história de um cientista que vira um monstro verde em um complexo enredo sobre traumas, um pai problemático e um amor incompreendido. Ele não entendeu que o a única chance de transformar uma história tão idiota assim em algo interessante, seria ceder ao populismo, fazer um filme despretensioso em termos de questões morais e rico em efeitos especiais, mas ele fez ao contrário. Além de ter arruinado a história de um personagem criado decadas atrás, criou um boneco feito em computador não tão convincente. Na internet ele já foi apelidado de Shrek (e eu prefiro o Shrek ao Hulk) e no cinema ouvi que ele foi "picado por um grilo radioativo" (créditos ao Surf).

Esses diretores precisam esquecer essa idéia que podem alterar completamente a história de um personagem para adaptá-lo ao cinema. Deviam aprender com X-Men (1 e 2) que explicações sobre como uma pessoa exposta à radiação gama vira um monte de músculos verdes quando com raiva não existem. Isso não tem explicação lógica ! E ninguém dá a mínima pra isso !

O Hulk demora longos 40 minutos para aparecer pela primeira vez. O filme é cansativo, muito diálogo, pouca esmagação. Em mais de 2 horas, Bruce Banner se transforma apenas 3 vezes (pelo que me lembro) e assim, a parte que poderia ser divertida vai por água abaixo.

E agora vem a pior parte: o pai de Bruce e seus poodles assassinos. Eu juro que tive contrações do diafragma quando o gigante esmeralda foi atacado por aqueles animais. Foi bizarro ver um poodle tosado fazendo papel de pitbull. E ainda aguentar um terrível Nick Nolte interpretando um cientista mega-maluco com sérios problemas mentais.

Ah, outra parte péssima: as ligações entre os personagens. Veja só (simplificando): o pai do Hulk trabalhava para um oficial do exército. Anos depois, o filho dele se envolve com a filha desse oficial. Caramba, o mundo tem 6 bilhões de pessoas. Concordo que existem coincidências, mas isso foi forçar amizade.

Quer saber o que é bom no filme ? A Jennifer Connelly é linda de morrer. Quer ver um filme bom de verdade com ela ? Assista Réquiem para um Sonho.

Rafael esmaga.


27.6.03

O Todo Poderoso

Faça assim: assista o trailler e não o filme.
As melhores piadas estão no trailler, e você será poupado do final mega-mela-cueca e das caretas desnecessárias já conhecidas do astro.

Tudo bem, eu dei risadas, mas no final me peguei pensando se valeu a pena.


26.6.03

Ben Harper : Welcome to the Cruel World

Ahh... Ben Harper. O cara já foi chamado de reencarnação de Bob Marley e Hendrix. Mas pra mim ele é melhor que isso.

As músicas são de uma sensibilidade impressionante. Todos os instrumentos tocados com perfeição, todos em seu devido volume, tomando todo o cuidado com os delicados ouvidos humanos.

Esse é o primeiro CD dele, mas só fui conhecer agora, depois de conhecer quase todos os outros. E até agora não sei escolher qual o melhor.

Música para a alma, música para ouvir, música para respirar. Esse cara é um gênio, eu afirmo sem medo.

25.6.03

Metallica : St. Anger

Santa raiva Batman ! O Metallica virou new-metal !
Mas como isso Robin ? Simples : alguem já teve alguma dúvida que o Metallica gosta mesmo é de dinheiro ?

New-metal é moda, dá dinheiro. E mesmo com tanto tempo de estrada o Metallica conseguiu fazer um álbum bem fraquinho. O CD tem mais de uma hora de duração, e na quarta música parece que nunca vai acabar. E o mais engraçado é ouvir o Hetfield fracassando quando tenta alcançar aquele dó de peito.

Comprei o CD pelo novo baixista, Robert Trujillo, ex-Suicidal Tendencies e ex-Infectious Grooves. O cara não é bom, é perfeito. Toca horrores e como se não bastasse é criativo. Mas ele não compôs nada desse CD, então não pude comprovar sua eficácia em transformar o Metallica em algo legal novamente.

Digo "novamente" pelos tempos do Master of Puppets, disco preto e Load, porque daí pra trás e daí pra frente, foi um fiasco atrás do outro. Na minha opinião.

Agora, o prazer que sinto em ver aqueles metaleiros de preto recebendo esse disco e vendo sua banda do coração tentando se adaptar ao presente só é igualado pelo prazer que tive ao descobrir que o Rob Halford é gay. Sem preconceitos, longe de mim. Digo isso pelo símbolo de macheza que o cara já foi (para alguns).

Trujillo, dá um jeito nesses caras.


23.6.03

Piñero

O filme conta a história do poeta Miguel Piñero, muito bem interpretado por Benjamin Bratt. Aluguei o filme pois havia uma relação com o excelente Traffic na sinopse, porém a única relação que acabei encontrando foi a participação de Bratt como um personagem secundário (senão terciário) do segundo.

A cronologia do filme é muito estranha. Ele não segue uma ordem compreensível, os fatos da vida do artista vão acontecendo conforme a necessidade da história. É mais ou menos como se a vida dele passasse diante de seus olhos em seu leito de morte. Bastante interessante.

Em alguns momentos o filme cansa, por não ter um fio da meada, mas ele prende você o suficiente para que não desanime. O resultado é uma colcha de retalhos. Agora resta saber se essa era a intenção do diretor.

O filme também não mostra muita coisa sobre sua obra principal, chamada Short Eyes, escrita quando ele estava confinado na prisão de Sing Sing, obra essa que virou filme (porém eu nunca ouvi falar). É meio como um pré-requisito assistir ou conhecer essa peça, torna a biografia mais ilustrada.

Enfim, um filme razoavelmente interessante. Vale pelas atuações.

20.6.03

Deftones

Acontece toda vez que ouço um disco novo do Deftones. Primeiro eu acho ele estranho, confuso, não consigo entender o objetivo. Depois acho muito sombrio, deprê. Aí então começo a entender, e a gostar, e gostar muito. Como já é o 4º CD deles, eu já estou vacinado, então esperei uma semana para fazer esse comentário e aí vai: é um PUTA disco de metal.

O vocal de Chino arrebenta, apesar de ao vivo ser um fiasco (vide Rock in Rio III, um puta show com certeza, mas o cara não estava a fim de cantar) e a banda não fica atrás. Boa guitarra e excelente bateria. O DJ Frank Delgado não impôe seus barulhos, apenas os usa do modo correto: um complemento ao som da banda.

O disco está mais pesado que o antecessor, White Pony, mas ainda mantém as melodias mais soturnas que moldaram o estilo definitivo da banda. Talvez por isso o disco seja homônimo à banda, por traduzir o que eles realmente queriam fazer desde o início.

Para quem curte, nem pense antes de comprar. Para quem não conhece, tente ouvir algumas faixas antes (Hexagram, Minerva, Bloody Cape) pois não é para qualquer gosto não. Mas para mim, é nota 10, consagração.

Chegadas e Partidas

Aluguei esse filme apenas por ser protagonizado pelo ótimo Kevin Spacey e a maravilhosa Julianne Moore.

É um filme diferente, incomum. Apesar de ser um drama baseado no clichê do perdedor que sofre uma reviravolta na vida, ele não cai no lugar comum que se espera nos primeiros minutos do filme. Os traumas e problemas de Quoyle não são comuns, sua vida é um amontoado de coisas erradas e muito (muito) azar, mas tudo começa a tomar um rumo quando ele retorna para a terra natal de sua famíla, NewFoundLand, um lugar gelado, desértico com uma população peculiar e cheia de estereótipos.

Resumindo, o filme consegue ser bom, diferente e estimulante, mesmo tendo toda a pré-disposição para ser mais um drama bobalhão. O enredo não segue um caminho muito linear, muitas coisas acontecem e somem de repente, mas é isso que o torna interessante. Mas também não é nada muito sensacional. Assista.


16.6.03

Um Grande Garoto

Comédia não-tão romântica com Hugh Grant. Particularmente, eu detesto esse ator tanto quanto a Julia Roberts. Parece que eles escolhem a dedo os filmes que vão fazer, e só gostam dos mais bobinhos. Tem coisa pior que "Um Lugar chamado Notting Hill" ?

A história desse filme já foi contada centenas de vezes. O solteirão inveterado descobre em um garoto especial que é importante ter um trabalho, que é muito legal ter uma família e que nem todo mundo é uma ilha. Oohh!!

Típico enredo que o Robbin Willians adoraria protagonizar.

Tudo bem que vez ou outra o filme me arrancou risadas, mas não acrescentou nada à  minha vida ou à  arte do cinema. Destaque apenas para a trilha sonora de Badly Drawn Boy que é bem bacana.

Assisti esse filme pois ele é baseado no livro homônimo de Nick Hornby, autor do excelente "Alta Fidelidade" (assistam!), mas foi um péssimo momento do rapaz.

Dê férias para seu cérebro, veja um filme com o Hugh Grant.


11.6.03

System of a Down : Steal This Album

Esse álbum foi feito com singles e sobras de estúdio dos 2 primeiros (e únicos) discos do SOAD, mas está longe de ser um artigo único para fãs.
Entre as 16 faixas, existem muitos bons momentos que poderiam ser facilmente aproveitados, como Innervision, Boom! (que tem um clip muito bom), A.D.D. e F**k the System.

Destaque para A.D.D. (American Dream Denial), com os vocais surpreendentes de Serj.

A arte do álbum é péssima. Não há capa, apenas um adesivo na parte frontal. A idéia era mostrar o disco como um CD-R qualquer, gravado por você mesmo, e eles conseguiram, mas o problema é pagar o preço de um CD normal, isso desmascara qualquer intenção.

Se você não conhece SOAD, não comece por aqui, comece por Toxicity. Se você não gostar, o que acho difícil, pare por aí pois eles nunca fizeram nada melhor.

Nota ? Hum... 6. Se eu não conhecesse o potencial da banda, e não tivesse plena certeza do caça-níqueis que lançaram, daria mais pela alta qualidade das músicas.

BOOM ! BOOM ! BOOM ! BOOM !

9.6.03

Ilha das Flores

Ilha das Flores é um curta, exibido em 1989. Só fui conhecê-lo agora graças à indicação do epipoca e já não era sem tempo.

O curta é um tapa na cara. Ele mostra de forma clara como não enxergamos o óbvio, e como as injustiças sociais são fortemente enraizadas no nosso estilo de vida.

Recomendo ! Aliás, recomendo todo o site PortaCurtas.

Já que você tem o telecéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor, você vai entender.

2.6.03

The Matrix Reloaded

Surpreendente, em vários sentidos. Basicamente o filme tem 2 aspectos: o visual, que é impecável, e o filosófico, muito interessante mas ainda não totalmente explicado (ou eu não entendi ainda).

Sobre os efeitos especiais, não há o que criticar. São perfeitos, convencem e chocam a platéia totalmente, mas as cenas de luta são exageradamente longas. É óbvio pensar que se Neo pode voar, ressuscitar, parar balas no ar, porque ele tem que lutar tanto ? Enfim, se não fossem essas cenas o filme não venderia tanto, é isso que o povão espera, então existe motivo pra tanto kung-fu.

Agora, para quem vai ao cinema para ver uma história, esses sim tem assunto para convensar durante horas e ainda pesquisar bastante na internet (sim, eu fiz isso).

As questões filosóficas que pululam na mente de Neo agora tomam formas colossais. Apesar da filosofia de botequim de Morpheus (algumas coisas mudam, outras não, dãããã), o filme apresenta um emaranhado de dúvidas sobre escolha e destino. Como pode haver escolha se Oráculo sabia que Neo ia se sentar e aceitar a bala. E porque o Arquiteto deu a Neo a escolha entre salvar Zion ou salvar Trinity ? Aliás, isso foi bem clichê: salvar o mundo ou seu grande amor ?

Não vou divagar aqui sobre o que eu achei que é verdade no filme, o verdadeiro significado do diálogo de Neo com o Arquiteto ou outras coisas. Deixo isso para ser explicado em Matrix Revolutions, mas enfim novamente os irmão Wachowski conseguiram colocar um marco na história do cinema. A grande questão é: ou a terceira parte vai ser um fiasco, ou um marco. Não vai haver meio termo: "the bigger the title, the harder the fall".